segunda-feira, 19 de novembro de 2007

A Questão dos pressupostos


Uma das questões que mais me fascina é a inspiração das escrituras. Atualmente, tenho conversado bastante com um colega que não entende que a bíblia é inerrânte. Isso serviu de mola propulsora para que eu estudasse o assunto mais afundo. Entretanto, percebi que eu bebia das fontes corretas, mas sem analisar as motivações. Pois não seria pensando em refutar os argumentos racionais deles que eu eu acharia resposta.
Antes pensemos sobre o conceito de inspiração bíblica:
· Os liberais crêem que a bíblia será revelação quando for desmitologizada; seus relatos e interpretações pressupõem dimensão sobrenatural, que, de fato é inexistente.
· Os Neo-Ortodoxos crêem que a bíblia contém a revelação feita a homens.


Qual a posição correta então? A visão puritana não enxerga as escrituras como algo racional. Até porque a própria Bíblia não se propõe ser um livro filosófico, racionalista, humanista. A bíblia é um livro realmente sobrenatural, ou seja, revelação verbal e plenária de Deus.

A fé é o grande dom de um cristão. Por que alguém que não crê na inerrância das Escrituras tem o hábito de orar, então? Essa é a questão dos pressupostos, essa é a questão fundamental, pois ter fé que a bíblia é infalível e que não é inerrante é crer na preservação pela metade. Por algum acaso meu Deus é limitado em poder para não preservar a bíblia como a temos hoje também?

Crer na inerrância é exatamente crer em Deus e não no homem. Não há argumentos que superem o próprio Criador e seu amor em orientar sua criação e filhos.
A Própria Palavra se auto afirma várias vezes como fonte de autoridade e inerrante (Sl119; IITm 3.16; IIPe 1.20,21). Se tu crês na infalibilidade das mensagens bíblicas, o que dizer dessa parte? O Senhor mentiria?


“Se a Palavra for falsificada e Deus negado, ou se for alvo de falsificação, não há esperança nenhuma para Salvação.” Martinho Lutero.

3 comentários:

Unknown disse...

A palavra como revelação de Deus aos homens devia ser considerada como uma monumental criação da obra vivificadora divina, assim como os céus, pois reflete a Glória e Majestade do Senhor Rei dos Reis, Deus vivo e eterno. Negá-la é o mesmo que não reconhecer que toda a obra da criação é de Deus, que reflete, acima de tudo, o seu amor para uma humanidade que não o merece.
Sola Scriptura

Rodrigo Silveira disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Rodrigo Silveira disse...

Rafinha, concordo plenamente com os seus comentários em relação a esse assunto! Só que eu creio também que a bíblia, como um livro, ou seja, um relato escrito em linguagem comum, humana, acaba se submetendo ao erros que as palavras podem introduzir. O instrumento humano é falho, mas o conteúdo divino é perfeito. É aí que entra o grande dilema da hermenêutica e dos métodos de interpretação. Nossa visão de Deus é míope, enxerga muito mal com a distância, por isso que é importante o trabalho dos teólogos e, principalmente, dos pregadores, ao meu ver. O autor do Eclesiastes termina dizendo que o ofício do pregador é o de efetivamente martelar com um prego as palavras da verdade. Essa pregação existe também como uma constante correção dos ensinamentos sobre a palavra de Deus e, sobretudo, uma constante atualização (conservação) do sentido original das escrituras. Entendo também, como você, que a interpretação literal é sempre as mais confiável, mas mesmo esse método de interpretação tem seus percaustos (texto muito interessante sobre o assunto é o de Spinoza no Tratado Teológico-Político, se quiser te empresto depois). Por isso, devemos sustentar sim a inerrência da bíblia, mas devemos sempre estar desconfiados de nossa correta interpretação das escrituras.